domingo, 27 de abril de 2014
Os números da "imprensa" - o caso Ganso da semana
Sempre que eu vejo uma entrevista coletiva, uma declaração polêmica ou algo do tipo eu penso no papel da imprensa esportiva no futebol. E muitas das vezes eu penso no número de "jornalistas" despreparados que cobrem o futebol.
Essa semana uma declaração do jogador Ganso do SPFC me chamou a atenção.
http://temporeal.espn.com.br/video/405447_nao-vejo-um-armador-acima-da-media-como-eu-afirma-ganso
"Não vejo um jogador acima da média como eu"
Claro que jogador tem que ser confiante. Claro que jogador tem que falar que ele é o melhor. Mas me admira que isso não gere questionamentos por parte de quem entrevista o jogador.
Se eu fosse jornalista, a pergunta ia ser imediata: "Na sua opinião, o futebol que você apresentou no SPFC, é acima da média"?
Ele, confiante, pode até afirmar que sim.
Mas, penso que os números afirmam que não
Tomando por base o campeonato brasileiro do ano passado:
Primeramente, o que se espera de um "meia acima da média"? Gols? assistências? Finalizações? Dribles?
No brasileirão:
Gols - 1
Finalizações - 28 (20 erradas, 8 certas)
Cruzamentos - 47 (37 errados, 10 certos)
Dribles - 61 (49 certos, 12 errados)
Assistências que geraram gols - 5
ééé ganso...
vai me desculpar mas isso passa longe de ser futebol de alguém "acima da média"
Historia do blog - primeiro texto
Esse blog foi criado com um único objetivo: ser um espaço de discussão crítica sobre o futebol. Sem clubismo. Sem paixão. Sem cegueiras. Apenas análises.
Essas análises vão abordar todo o universo que cerca o futebol: jogadores, cartolas, jornalistas...tudo que foi notícia terá o seu espaço para debate por aqui.
Para começar, vou reproduzir um texto postado no facebook, e expandir um pouco a ideia central do debate:
Vou dar um palpite. Palpite de quem está do lado de fora.
Não trabalho com futebol, como alguns amigos que trabalham, estudam MUITO, e de fato VIVEM do futebol.
Mas tem algo que eu percebo nesse "universo paralelo" chamado futebol que me incomoda muito: a AVERSÃO que o mundo do futebol tem dos NÚMEROS.
Claro, números não ganham jogo. Estatísticas não botam a bola no barbante. Estatísticas não fazem o bandeira levantar a flanela nem fazem o juiz dar aquele penalti aos 45 do segundo tempo. Mas os números falam. E muito.
Imagine-se você, diretor de um clube de orçamento apertado que tem a "oportunidade" de fazer uma contratação de um meia com o "modesto" salário girando em torno de 500 mil reais (suponho). O tal meia teve boas passagens por alguns clubes, tem um certo nome. Boa oportunidade certo? Depende. Vamos aos números. Sabendo que esse mesmo jogador, nos últimos 3 anos realizou 8 jogos (OITO!) pelo seu clube, marcando 2 gols...seria esse um bom investimento? Eu não pensaria dessa forma... e o pensamento que fica é: será que alguém no flamengo parou pra olhar que antes de contratar o Carlos Eduardo que ele havia jogado apenas OITO JOGOS nos ultimos tres anos no rubin kaazan antes de assinar o contrato?
Poderíamos aqui discutir vários outros exemplos: victorino contratado pelo palmeiras, pato pelo são paulo...e por ai vai...mas enfim..prosseguindo...
Imagine que você perdeu o treinador da sua equipe para um time da china, e precisa contratar outro. Um nome surge a mesa. No passado "distante" esse treinador foi vitorioso...ganhou titulos e tudo mais. Mas no passado recente vem acumulando fracassos. Em 2007 foi demitido de um time após perder o estadual de maneira vexatória. Ok. Acontece.... Após passagem por países sem tradição alguma, voltou ao Brasil em 2009, para treinar o grêmio, onde ficou por menos de um ano com modestos 46% de aproveitamento e uma eliminação da libertadores no lombo. Normal... Após outro período em países sem tradição, retornou ao brasil onde fracassou no Vasco da Gama (42% de aproveitamento). Mas quem nao fracassaria no vasco? No São Paulo teve incríveis 25,5% de aproveitamento...ja começou a virar rotina. Poxa, se o último bom trabalho deste treinador foi no longínquo ano de 2005, seria essa uma boa aposta para um clube? Eu realmente penso que não.
Em contra partida. Não seria mais favorável apostar em um treinador que nos últimos anos teve aproveitamentos de 66%, 63% e 64% em clubes de menor expressão mas que disputava campeonatos tão dificeis quanto os do citado anteriormente (enderson moreira, no caso)?
Deu a lógica. Autori foi demitido. Culpa dele? Claro que não, muito longe disso. Mas as "crônicas de uma tragédia anunciada" mais uma vez aparece, e mais uma vez se repete em um clube em que o modelo de gestão beira o modelo ditatorial....
Vou dar um palpite. Palpite de quem está do lado de fora.
Não trabalho com futebol, como alguns amigos que trabalham, estudam MUITO, e de fato VIVEM do futebol.
Mas tem algo que eu percebo nesse "universo paralelo" chamado futebol que me incomoda muito: a AVERSÃO que o mundo do futebol tem dos NÚMEROS.
Claro, números não ganham jogo. Estatísticas não botam a bola no barbante. Estatísticas não fazem o bandeira levantar a flanela nem fazem o juiz dar aquele penalti aos 45 do segundo tempo. Mas os números falam. E muito.
Imagine-se você, diretor de um clube de orçamento apertado que tem a "oportunidade" de fazer uma contratação de um meia com o "modesto" salário girando em torno de 500 mil reais (suponho). O tal meia teve boas passagens por alguns clubes, tem um certo nome. Boa oportunidade certo? Depende. Vamos aos números. Sabendo que esse mesmo jogador, nos últimos 3 anos realizou 8 jogos (OITO!) pelo seu clube, marcando 2 gols...seria esse um bom investimento? Eu não pensaria dessa forma... e o pensamento que fica é: será que alguém no flamengo parou pra olhar que antes de contratar o Carlos Eduardo que ele havia jogado apenas OITO JOGOS nos ultimos tres anos no rubin kaazan antes de assinar o contrato?
Poderíamos aqui discutir vários outros exemplos: victorino contratado pelo palmeiras, pato pelo são paulo...e por ai vai...mas enfim..prosseguindo...
Imagine que você perdeu o treinador da sua equipe para um time da china, e precisa contratar outro. Um nome surge a mesa. No passado "distante" esse treinador foi vitorioso...ganhou titulos e tudo mais. Mas no passado recente vem acumulando fracassos. Em 2007 foi demitido de um time após perder o estadual de maneira vexatória. Ok. Acontece.... Após passagem por países sem tradição alguma, voltou ao Brasil em 2009, para treinar o grêmio, onde ficou por menos de um ano com modestos 46% de aproveitamento e uma eliminação da libertadores no lombo. Normal... Após outro período em países sem tradição, retornou ao brasil onde fracassou no Vasco da Gama (42% de aproveitamento). Mas quem nao fracassaria no vasco? No São Paulo teve incríveis 25,5% de aproveitamento...ja começou a virar rotina. Poxa, se o último bom trabalho deste treinador foi no longínquo ano de 2005, seria essa uma boa aposta para um clube? Eu realmente penso que não.
Em contra partida. Não seria mais favorável apostar em um treinador que nos últimos anos teve aproveitamentos de 66%, 63% e 64% em clubes de menor expressão mas que disputava campeonatos tão dificeis quanto os do citado anteriormente (enderson moreira, no caso)?
Deu a lógica. Autori foi demitido. Culpa dele? Claro que não, muito longe disso. Mas as "crônicas de uma tragédia anunciada" mais uma vez aparece, e mais uma vez se repete em um clube em que o modelo de gestão beira o modelo ditatorial....
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